SELF

01 fevereiro, 2016

Conviver e melhorar-se



O homem é um animal político, como afirmou Aristóteles. Ou seja, é um ser gregário (político vem de polis, cidade). Ninguém vive só. A sobrevivência da espécie só foi e é possível pelo trabalho coletivo. A sensação de pertencimento é fundamental para o bem-estar pessoal, sendo bem exteriorizado nos esforços dos adolescentes que muitas vezes mudam a forma de ser, de pensar, de agir, de vestir, tudo para serem aceitos pelo grupo. Essa busca continua na fase adulta, ainda que ganhe novas nuances e sutilezas. Contraditoriamente, a convivência nunca é algo simples. Choques de pensamentos, personalidades, pontos de vistas geram graves conflitos, por vezes levando a rompimentos dolorosos.

Vê-se claramente que o binômio “sobrevivência” x “individualidade” é um ponto chave no processo de desenvolvimento do espírito, constituído muito provavelmente como a mola propulsora. Necessitamos do outro para existir, mas não podemos controlá-lo ou determinar os parâmetros de sua existência. Ele sempre estará lá para contestar minha visão de mundo, meus sentimentos, minha conduta. Será o indefinível, o inesperado, o indecifrável.

Na convivência aprendemos a compreender nós mesmos. Observando o outro, vemos nossas capacidades e imperfeições. Pedimos ao alto luz e orientação, mas Deus, em sua incontestável sabedoria, nos colocou para sermos um o guia do outro. Do alto sempre virá a inspiração, mas somente no outro encontro iluminação.  


E esta é a beleza da criação.  

Texto de Lahiri Argollo

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