Natal e fim de ano são eventos simbolicamente marcados pelas ideias respectivas de paz e renovação.
"Que o fim de 2015 nos permita repensar as escolhas e condutas que nos conduziram, individual e coletivamente, à nossa situação atual." |
Há interessante significação nessa ordem
das coisas. Não existe renovação sem a necessária paz interior. A vida desafia
constantemente o indivíduo ao crescimento, individual ou coletivo, impondo
dificuldades e problemas que exigem criatividade e reinvenção.
Muitas vezes,
esses desafios se traduzem em verdadeiras tempestades. O momento atual do país
é exemplo fácil disso. A grave crise econômica causando desempregos, a falência
do sistema de saúde, o total descrédito das instituições políticas diante das
revelações de uma cultura de corrupção aparentemente sem limite algum. O quadro
desalentador gera a natural revolta social, a polarização das ideias,
discussões que despencam para as acusações e agressividade infrutífera.
Porém,
é essa mesma tormenta que força a nação a buscar novos rumos, a sair do
conformismo cômodo e a rever seus valores éticos. A reconstrução, contudo,
exige paz. Não a beatífica, imobilista, que mais se aproxima da paralisação
improdutiva, mas a que substitui o grunhido da raiva pela reflexão e
modificação construtiva do comportamento pessoal e coletivo.
Que o fim de 2015
nos permita repensar as escolhas e condutas que nos conduziram, individual e
coletivamente, à nossa situação atual. E, asserenando os ânimos, quem sabe não
transformamos 2016 numa oportunidade de reestruturação profunda de nossa vida
pessoal e social, rumo a um futuro de realizações positivas marcantes. Boas
reflexões.